domingo, junho 15, 2025

Tóquio, Japão – Protestos contra o Ministério da Fazenda e boom turístico desafiam políticas fiscais e infraestrutura

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Desde 21 de fevereiro de 2025, manifestações têm ocorrido em frente ao prédio do Ministério da Fazenda, em Tóquio, e também em outras cidades como Sapporo. Os manifestantes exigem a redução ou eliminação de impostos, inclusive consumo, e alguns pedem a dissolução completa do Ministério en.wikipedia.org.

Na mesma linha, o setor de turismo vive um momento histórico: em janeiro, o Japão recebeu impressionantes 3,78 milhões de visitantes estrangeiros — um aumento de mais de 40 % em relação a janeiro de 2024, com turistas da China liderando (980 mil entradas, 2,3 vezes mais que no ano anterior) reddit.com. Além disso, o número de visitantes em 2024 atingiu 36,87 milhões — um aumento de 47 % em comparação a 2023 — com gastos chegando a 8,14 trilhões de ienes (~US$ 52 bi) reddit.com.

Os protestos refletem insatisfação popular frente ao aumento da carga tributária, possivelmente impulsionada pelos gastos públicos para sustentar o rápido crescimento do turismo. O movimento ganhou atenção nacional, com episódios isolados — como a faca usada pelo agressor contra o líder Takashi Tachibana, em 14 de março — chamando atenção ao risco de radicalização .

Quanto ao turismo, o crescimento maciço impulsiona a economia, mas também expõe graves desafios: infraestrutura estressada, superlotação em destinos populares (como Tóquio, Kyoto e Osaka), e uma iminente escassez de trabalhadores — estima-se que, ao atingir a meta de 60 milhões de visitantes em 2030, faltariam cerca de 536 mil profissionais nos setores de hospedagem e alimentação, exigindo ganhos de produtividade de 2,8 % ao ano asahi.com.

Um protesto de 1.000 pessoas ocorreu em 21 de fevereiro; em 14 de março, manifestações em 12 cidades culminaram em um incidente com facada dirigida a Tachibana en.wikipedia.org.
Segundo o líder do Partido Ishiba, Yuichiro Tamaki:

“Embora devamos evitar ataques a ministérios e servidores, a política precisa reagir ao contexto que gera essa insatisfação” en.wikipedia.org+1en.wikipedia.org+1.

Esses dois grandes temas — pressão popular contra impostos e turismo em expansão — estão interligados: o Estado depende de receita tributária para financiar investimentos na infraestrutura necessária ao turismo. No entanto, sem reformas na gestão pública e capacitação de mão de obra, corre-se o risco de intensificar a insatisfação social e sobrecarregar os serviços públicos. Para 2025, espera-se que o governo anuncie medidas fiscais e programas de promoção do emprego no turismo, bem como planos de contenção de aglomerações em cidades-símbolos como Tóquio e Kyoto.

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