A valorização da educação no Japão é inegável, impactando positivamente a sociedade. É algo que sentimos a diferença quando chegamos ao país do sol nascente, já que no Brasil, infelizmente muitas vezes não encontramos a educação desejada para nossos filhos.No entanto, compartilho uma experiência sensível não para gerar conflitos, mas para suscitar reflexões sobre desafios específicos.
A hierarquia é uma pedra angular na cultura japonesa, permeando as relações, desde chefes e funcionários até pais e filhos, e professores e alunos. O respeito é o pilar que sustenta a sociedade, mas há nuances que merecem atenção, especialmente para os pais cujas crianças estudam no Japão.
Não é minha intenção perpetuar estereótipos ou incentivar confrontos com os professores. Devemos rejeitar a ideia equivocada de que os brasileiros são propensos a brigas.
Vou compartilhar uma situação vivida por meu filho durante o último ano do ensino fundamental II (chugakko). O professor responsável da turma (tannin sensei) sugeriu que ele era incapaz de ingressar em algumas escolas de ensino médio (koukou) de sua escolha, e descobri que não era um incidente isolado na sala de aula, por isso acredito que o incidente não tenha nada haver com preconceito por ser estrangeiro.
Ao escolher escolas públicas, que são mais concorridas, meu filho enfrentou resistência, pois alguns professores, frequentemente pressionados pela administração escolar e pelos pais, podem preferir opções mais fáceis de entrar portanto garantidas. Infelizmente, um desses professores que considero como um verdadeiro covarde, visando sua própria conveniência, desencorajou meu filho de perseguir seus sonhos.
Felizmente, uma professora excepcional (muito querida por mim e meu filho) interveio durante uma reunião, demonstrando o verdadeiro papel de um educador. Ela enfatizou a importância de incentivar os alunos a progredir, mesmo que isso exija mais esforço.
Embora meu filho tenha superado essas adversidades e ingressado no ensino médio público desejado, a triste realidade persiste. Na recepção que a escola oferece para comemorar o ingresso no Koukou, o professor descrente ainda expressou sua surpresa pela conquista dizendo ao meu filho que não acreditava que ele seria capaz de tal conquista.
Esta experiência destaca a necessidade de uma análise aprofundada da abordagem educacional, reforçando que ensinar vai além do conteúdo. É sobre motivar, ensinar o valor do esforço e celebrar as conquistas. Este relato serve como um chamado para uma educação mais inspiradora e capacitadora.
É também crucial que os pais estejam cientes da existência de professores que desencorajam a capacidade de seus filhos. Estar atento e ao lado dos filhos é essencial para que não percam oportunidades na vida, evitando que se sintam inferiores e incapazes. A participação ativa dos pais é fundamental para o sucesso acadêmico e emocional de seus filhos.