quinta-feira, novembro 21, 2024

Que lingua é essa?

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Ah, a língua japonesa, repleta de nuances e reviravoltas! Enquanto alguns se aventuram com confiança pelo Japão, outros se veem em um turbilhão de confusões.

Imagine-se na seguinte situação:

Você entra em um restaurante japonês com um vocabulário modesto. Seu amigo te ensinou a palavra “wakata” (entendi) para uso informal. Você decide usá-la ao fazer o pedido:

Você: “Sashimi, por favor.”
Atendente: “Kashikomairimashita.”
E lá se foi sua confiança! “Kashikomairimashita”? 

 

Então, após um almoço que confundiu todo o seu japonês, você aproveita para resolver algo na prefeitura, e sua limitada habilidade em japonês coloca você em outra situação embaraçosa:

Você: “Documentos, por favor.”
Atendente: “Wakarimashita.”
Lá vem outra palavra (Wakarimashita) de novo! 

 

Mas para que aprender o Wakata afinal, se ninguém o utiliza?

 

Bem vindo ao mundo dos Keigos!

Enquanto as palavras cotidianas são como velhos amigos, no mundo formal japonês, elas se vestem em trajes elegantes e incorporam um vocabulário respeitoso. Afinal, “wakata” e “kashikomairimashita” podem ter o mesmo significado, mas é tudo uma questão de saber quando e como apresentá-los no palco da comunicação japonesa.

 A língua japonesa, rica em nuances culturais e sociais, muitas vezes se apresenta como um desafio para estrangeiros, especialmente em contextos como comércios, restaurantes e escritórios. Esse desafio decorre de diversas peculiaridades linguísticas, entre elas a distinção entre o japonês cotidiano e o japonês polido, conhecido como “keigo”.

 

A Dualidade Linguística Japonesa

A língua japonesa é única em sua estrutura e expressões, sendo caracterizada por três sistemas de escrita (hiragana, katakana e kanji) e uma gramática que difere profundamente das línguas indo-europeias. Essas particularidades, muitas vezes, tornam difícil a compreensão imediata para estrangeiros.

Além disso, o japonês cotidiano (taiyaku) e o keigo representam extremos dessa dualidade. O cotidiano, utilizado em situações informais, é mais acessível aos estrangeiros, mas mesmo assim apresenta desafios devido à abundância de homônimos e à omissão frequente de sujeitos e objetos nas frases. Já o keigo, empregado em contextos formais, pode soar complexo e enigmático, sendo um obstáculo adicional para quem está começando a aprender o idioma.

 

A Importância do Keigo na Comunicação Profissional

O keigo desempenha um papel crucial nas interações sociais e profissionais no Japão. Ele se divide em três formas principais: sonkeigo (respeito pelos outros), kenjougo (humildade em relação a si mesmo) e teineigo (linguagem polida). Essas formas são utilizadas de acordo com a hierarquia e o grau de formalidade da situação.

Em escritórios, a habilidade de empregar o keigo corretamente é fundamental para transmitir respeito e cortesia. No entanto, a complexidade desse sistema de linguagem pode gerar confusões, principalmente para estrangeiros que ainda não dominam todas as suas nuances.

 

Comércios e Restaurantes: O Desafio da Compreensão Rápida

Nos comércios e restaurantes, a linguagem utilizada muitas vezes é informal, mas a presença de termos específicos e expressões regionais pode dificultar a comunicação. Além disso, o uso de interjeições e frases curtas, comuns nessas situações, pode soar brusco para quem não está familiarizado com o estilo direto do japonês cotidiano.

Para estrangeiros, é comum encontrar menus em que os pratos são descritos de maneira sucinta, sem muitos detalhes, o que pode gerar incertezas na escolha. A falta de contexto cultural e a velocidade com que as informações são apresentadas podem ser barreiras adicionais para a compreensão.

 

Estratégias para Superar as Barreiras Linguísticas

A superação dessas barreiras demanda paciência, prática e uma compreensão aprofundada da cultura japonesa. O estudo dedicado do keigo, bem como a exposição constante à língua em diferentes contextos, são cruciais para o domínio do japonês em suas diversas formas.

Frequentar cursos de japonês que enfatizem a prática oral, bem como imersões culturais, pode proporcionar uma compreensão mais ampla e profunda da língua. Além disso, a interação com falantes nativos em situações cotidianas pode acelerar o processo de adaptação e aprimoramento linguístico.

Em conclusão, a dificuldade em entender a língua japonesa em contextos cotidianos, comerciais e profissionais é multifacetada, envolvendo diferenças gramaticais, culturais e de formalidade. No entanto, com dedicação e prática, é possível superar esses desafios e desfrutar plenamente da riqueza da comunicação no Japão.

Portanto, na próxima vez que se sentir perdido no labirinto linguístico japonês, lembre-se: é uma jornada de aprendizado. Ganbatte kudasai! (Boa sorte!)

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